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16 de setembro de 2012

Gonzaga: de pai para filho

Mais um ícone da música brasileira vai ser homenageado pela produção nacional. Gonzaga - De Pai para Filho, além de contar a história do Rei do Baião, retrata ainda a relação conturbada com seu filho, Gonzaguinha. Ou seja, homenagem dupla.

O filme de Breno Silveira também vai tratar do preconceito racial e social que Luiz Gonzaga sofreu na adolescência e durante o período de ascensão no cenário musical brasileiro. Outro tema de destaque é o conflito de gerações e a forma mais harmônica de resolvê-los: a música.

No dia 27 de junho  foi liberado um vídeo sobre a importância de Gonzagão para as festividades juninas e mais fotos de cenas inéditas foram publicadas na fan page do filme. Confira algumas abaixo:




Adélio Lima, Chambinho do Acordeon e Land Vieira interpretam Luiz Gonzaga em diferentes fases, enquanto Gonzaguinha será vivido por Júlio Andrade, Giancarlo di Tomazzio e Alison Santos.

O vídeo promocional, também liberado este mês, faz um belo apanhado de momentos importantes na carreira do músico, embalado pelas deliciosas Asa Branca e A Vida do Viajante. Se o longa seguir o caminho de 2 Filhos do Francisco, a bilheteria promete ser generosa e a emoção vai tomar conta do público brasileiro.



Fuente: Cinemáticos

15 de setembro de 2012

Jamás se te olviden tus raíces

Latinoamérica – Maná

Alerta esto es un llamado
Es valiosa su atención
Estan discriminando latinos
No me parece que tienen razón

Somos gente que nunca se raja
Ante cualquier situación
Vamos a mostrar quienes somos con coraje y valor

No vamos, no vamos
A quejarnos jamás

Latino tu, latino yo
La misma sangre y corazón
Esto es mi Latinoamérica
Hay que luchar Latinoamérica

Y si nos quieren marginar
Nunca nos vamos a dejar
Sólo existe una América
Hay que soñar, Latinoamérica

Si no aprendemos de nuestra historia
No habrá forma de progresar
Cometeremos los mismos errores
Atrasados nos vamos a quedar
Ahora es nuestro momento
De brillar como el Sol
Tenemos todo para hacerlo
Con cojones, dignidad y valor

No vamos, no vamos
A quejarnos jamás

Latino tu, latino yo
La misma sangre y corazón
Esto es mi Latinoamérica
Hay que luchar Latinoamérica

Y si nos quieren marginar
Nunca nos vamos a dejar
Sólo existe una América
Hay que soñar, Latinoamérica

Jamás se te olviden tus raíces
Jamás se te olviden tus raíces
Jamás se te olviden tus raíces
Jamás se te olviden tus raíces

Latino tu, latino yo
La misma sangre y corazón
Esto es mi Latinoamérica
Hay que luchar Latinoamérica

Y si nos quieren marginar
Nunca nos vamos a dejar
Sólo existe una América
Hay que soñar, Latinoamérica

Jamás se te olviden tus raíces
Jamás jamás nunca más
Jamás se te olviden tus raíces
Jamás se te olviden tus raíces
Jamás se te olviden tus raíces
Jamás se te olviden tus raíces




Fuente: Letras Terra

4 de setembro de 2012

Clarice Lispector e "A paixão segundo GH"





Clarice Lispector é caso único na literatura brasileira. Nascida em 1920, em Tchetchelnik, Ucrânia, e falecida em 1977, no Rio, é o exemplo maior do chamado romance existencial ou introspectivo. A sua bibliografia, acompanhada cronologicamente, prepara pouco a pouco o leitor para o tumultuoso romance que publicaria em 1964. 

Seu primeiro livro, Perto do Coração Selvagem, escrito em 1943, foi recusado pela editora José Olympio, mas acabou sendo publicado no ano seguinte pela A Noite. O crítico Álvaro Lins considerou a obra "dentro do espírito e da técnica de Joyce e Virginia Woolf". O reconhecimento literário se efetivou com A Maçã no Escuro (1961). Outros romances ainda teriam boa receptividade, como Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969) e o célebre A Hora da Estrela (1977), cuja protagonista, a nordestina Macabéa, se tornaria personagem antológica. 

Em A Paixão Segundo G.H., o enredo trata de uma mulher, identificada apenas pelas iniciais G.H., que - depois de demitir a empregada e tentar limpar o quarto desta - relata a perda da individualidade após ter esmagado uma barata na porta de um guarda-roupa. 
No dia seguinte, ela narra a própria impotência de descrever o episódio. A história se organiza em capítulos de seqüência sistemática - cada um começa com a mesma frase que serve de fechamento ao anterior. A interrupção, assim, é elemento de continuidade, numa representação simbólica do que é a experiência de G.H. 

Assim como em outras obras de Clarice, em A Paixão Segundo G.H. os fluxos de consciência permeiam o livro. Espécie de romance-enigma, fornece o lugar de sujeito à linguagem, que constrói ao redor de si um labirinto cuja saída está na essência do ser: trata-se de um longo monólogo em primeira pessoa, que se dá pelo que a professora Emília Amaral, autora de um estudo sobre o livro, chamou de "jorro turbilhante e ininterrupto de linguagem". Um paradoxo, como muitos dos que permeiam a obra da escritora: as palavras são, ao mesmo tempo, o que afasta o ser de sua essência, mas, ao mesmo tempo, constitui a chave para atingi-la. Segundo a professora da USP Nádia Gotlib, "é o exercício de linguagem como instrumento possível de se tocar no ponto que não é tocável, de se atingir o segredo: desenterrar o pior e o melhor de nossa condição humana, que já não é nem mais humana". Assim, a literatura de Clarice assume uma estatura filosófica, aproximando-se, na visão de alguns, do existencialismo de Jean-Paul Sartre. Diz a epígrafe da obra, de Bernard Berenson: "Uma vida plena pode ser aquela que alcance uma identificação tão completa com o não-eu que não haja nenhum eu para morrer". 

Sem nome, G.H. identifica-se com todos os seres. Sua experiência, para o professor Benedito Nunes, é multívoca. Entre suas vias possíveis está a mística, aberta a múltiplos temas, como a linguagem e a arte, que se fundem na busca espiritual. 
O momento maior de revelação se dá na cena mais famosa do romance. A barata, após perder sua casca, expele a secreção branca que aparece como sua última essência. G.H., então, a come. Estaria aí a renúncia que a personagem faz a seu próprio ser como linguagem, que, logo após o ato, entrega-se ao silêncio. 

Trechos do livro: 

"De nascer até morrer é o que eu me chamo de humana, e nunca propriamente morrerei. Mas esta não é a eternidade, é a danação. Como é luxuoso este silêncio. É acumulado de séculos. É um silêncio de barata que olha." 

"Pois o que realmente eu soube é que chegara o momento não só de ter entendido que eu não devia mais transcender, mas chegara o instante de realmente não transcender mais. E de ter já o que anteriormente eu pensava que devia ser para amanhã." 

"A desistência é uma revelação. Desisto, e terei sido a pessoa humana - e só no pior da minha condição que esta é assumida como meu destino." 

"Enquanto escrever e falar vou ter que fingir que alguém está segurando a minha mão. Oh, pelo menos no começo, só no começo. Logo que puder dispensá-la irei sozinha. Por enquanto preciso segurar esta tua mão - mesmo que não consiga inventar teu rosto e teus olhos e tua boca." 

"Um passo antes do clímax, um passo antes da revolução, um passo antes do que se chama amor. Um passo antes de minha vida - que, por uma espécie de forte ímã ao contrário, eu não transformava em vida; e também por uma vontade de ordem. Há um mau-gosto na desordem de viver." 

"Quem vive totalmente está vivendo para os outros, quem vive a própria largueza está fazendo uma dádiva, mesmo que sua vida se passe dentro da incomunicabilidade de uma cela."

Fonte: Educar para crescer



Para ter acesso a mais trechos do livro, clique aqui